terça-feira, 26 de julho de 2011

Legião Urbana Sinfônico no Palco Mundo

O dia 29 de setembro promete entrar para a história do rock nacional. Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, ex-membros do Legião Urbana, vão se unir o maestro Roberto Minczuck e a Orquestra Sinfônica Brasileira para o Concerto Sinfônico Legião Urbana, que abrirá os shows do dia extra no Palco Mundo.
Bonfá e Dado estão empolgados com o show e garantem: rock e orquestra sinfônica combinam muito bem e quem estiver na Cidade do Rock vai assistir a um espetáculo incrível. “Tocar com uma orquestra te acompanhando é o sonho de qualquer baterista”, diz Bonfá, que comandou as baquetas do Legião por 15 anos, desde o começo da banda.
Além da orquestra com cerca de 70 músicos, Dado e Bonfá, o show vai trazer vários convidados especiais. No repertório, os clássicos de uma das bandas mais queridas do país, que em 15 anos vendeu mais de 20 milhões de discos e relançou há pouco toda sua discografia em CD e vinil.
Com certeza uma apresentação que vai ficar na memória de muita gente. E você, vai ficar fora dessa? Garanta seu ingresso para o dia 29 de setembro já no primeiro minuto do sábado (23) aqui no site!


Renato Russo Ainda Vive

sexta-feira, 22 de julho de 2011

EXCLUSIVO - Marcelo Bonfá: ''Renato Russo sem a Legião, não seria Renato Russo’’

Baterista da Legião Urbana fala do resgate de sons da banda, como Eduardo e Mônica, e conta como se relacionava com o integrante mais polêmico do grupo
Logo no primeiro contato, essa entrevista parecia que teria algo diferente. Sem ter um telefone ou endereço de Marcelo Bonfá, hoje com 46 anos, acessamos o site oficial do músico e mandamos um e-mail como única alternativa de chegar até ele. Chegamos rapidamente. A resposta veio cinco minutos depois. “Entrevista? Tudo bem. Como quer fazer?”, escreveu, objetivo, o baterista da Legião Urbana, umas das principais bandas de rock do Brasil, surgida em 1982 e que até hoje, quase trinta anos depois, ainda provoca paixões.

O exemplo mais recente desta paixão foi o efeito viral do filme promocional da Vivo para o Dia dos Namorados com trilha e roteiro inspirado na música Eduardo e Mônica, de 1986. Em apenas duas semanas, o vídeo foi visto mais de sete milhões de vezes. Ainda este ano, mais um sucesso da banda liderada por Renato Russo será adaptada para o cinema, a saga de João de Santo Cristo da canção Faroeste Caboclo. O filho mais velho de Bonfá, João Pedro, do relacionamento com a atriz Isabela Garcia, deve fazer um dos papéis na produção.

Na conversa com Contigo! Online, Bonfá se mostra um pai coruja, um marido apaixonado, um empresário, mas ainda não perdeu o estilo rebelde de falar o que pensa. Quando terminamos a entrevista, ao abrir o correio eletrônico nos deparamos ainda com um aviso. “Hoje é isso! Amanhã posso mudar de idéia (risos)”, despediu-se. A seguir os principais trechos da nossa entrevista com ele:

Contigo! Online: Qual foi sua primeira sensação quando viu o curta Eduardo e Mônica?
Marcelo Bonfá:
Achei muito lindinho (risos). Acho sim que eles fizeram direitinho.Acho até que o Renato iria adorar! Eles foram bem fiéis a letra. As músicas da Legião Urbana são muito visuais e é sempre difícil transformar uma música em algo visual com toda aquela carga emocional.
 Contigo! Online: Tanto tempo se passou e as músicas da Legião parecem tão atuais. A que você atribui isso?
MB
: As músicas da Legião Urbana são atuais, ou melhor, atemporais, pois se o mundo mudar completamente daquilo que tratamos nas nossas músicas, o mundo não vai mais existir. Pelo menos pra mim (risos). Mas os jovens estão sempre mudando e suas questões, também. Esta geração tem pela frente grandes desafios. E acho que é um bom momento sim para se resgatar o nosso trabalho no âmbito que estas novas tecnologias têm conseguido atingir. Pois até então a música no Brasil, que para mim é a arte suprema, estava muito ruinzinha. Imagino que muita gente deve ter visto este vídeo (ou melhor, ouvido esta música) e ficado muito mais surpreso do que nós com o resultado, por verem que é possível fazer coisas com qualidade e atingir muita gente. Aliás, eu fico muito mais feliz do que surpreso.

Contigo! Online: Como você está vivendo esse resgate das músicas da Legião?
MB:
Estou gostando muito. Nesse momento através da tecnologia e da internet, essas músicas atingirão um novo patamar. As pessoas ficaram em um vazio nesses últimos anos, com coisas sem conteúdo, com muito audiovisual.

Contigo! Online: Qual é a melhor lembrança que você tem da época da Legião Urbana? Pode falar algum momento inesquecível?
MB:
Ah não, por favor!...Foram muitas emoções... Uma atrás da outra.

Contigo! Online: O Renato Russo era muito polêmico, a fama era de um temperamento difícil, como você fazia para lidar com ele?
MB:
Renato era um cara complicado, conturbado. Agora, acho que cada um na sua. Cada um na sua função. O Renato Russo sem a Legião Urbana, não seria Renato Russo. É um trabalho de equipe que foi construído ali. A Legião era muito mais gente do que uma pessoa só. Lembro até de uma frase que o Renato falava muito nos shows. “Conhece a Legião Urbana. A Legião são vocês!”.

Contigo! Online: Você ainda tem algum contato com a família do Renato?
MB
: Na verdade não. Eles estão em Brasília e eu estou no Rio de Janeiro há 20 anos. O nosso contato é mínimo.

Contigo! Online: Questões como o combate a homofobia e bissexualidade estão em alta hoje. O Renato Russo já levantava essa bandeira há anos. Em alguns momentos você não pensa.. “Cara, se o Renato estivesse aqui agora...”?
MB:
Sinceramente não. Até porque não sou gay. Lembre-se que ele já dizia que “ o mundo anda tão complicado”...imagina o que ele diria hoje! Infelizmente as questões não se resumem aos direitos dos gays. Os problemas do Brasil e da humanidade estão muito mais sérios, e ainda ficamos discutindo quem pode namorar quem? Somos muito lentos quando se trata de resolver questões vitais para a coletividade. As razões são muitas e vai da burrice ao oportunismo dos nossos administradores políticos.

Contigo! Online: Além de Eduardo e Mônica e Faroeste Caboclo, teria mais alguma canção que você gostaria de ver documentada em vídeo?
MB:
Vivemos um momento audiovisual. Até demais. Nossas músicas foram feitas numa época bem diferente e nem faz tanto tempo assim. Mas nunca precisamos de imagem para passar o recado. Acho que a imagem para música é dispensável. Eu sou totalmente  visual,crio minhas próprias imagens.

Contigo! Online: Você vive também dos direitos autorais da Legião Urbana, certo?
MB:
Sim, lógico. Eu recebo muito menos do que deveria, mas... (risos)

Contigo! Online: E do que mais você vive? Como prosseguiu sua carreira?
MB:
Depois (do fim da Legião) eu gravei ainda três álbuns, o primeiro vendeu mais que 30 mil LPs, faço shows e tenho outros negócios também. Não gosto tanto de falar sobre eles, mas vamos falar que me ocupo bastante. Eu pretendo lançar uma cachaça orgânica agora, tenho uma fazenda onde será produzida, em pequena escala. Estou ainda em vias de legalização da empresa.

Contigo! Online: Como estão seus projetos profissionais para esse ano?
MB:
Estou trabalhando o meu quarto álbum, mas ainda não decidi como apresentá-lo ao público. Também estou fazendo apresentações pelo país com minha banda.

Contigo! Online: Você teve um filho com a atriz Isabela Garcia. Agora você está casado, tem quantos filhos?
MB:
Eu tenho o João Pedro (com a Isabela), agora com 23 anos, e o Tiago, com 19. O João é músico, faço shows com ele, é a minha cara. E o Tiago passou agora para a IBMEC ((Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais). A minha esposa é a Simoni Almeida, que me ajuda em muita coisa, tanto fora quanto dentro de casa. Graça a Deus eu tive muita sorte nessa vida.
 

 Fonte Revista Contigo



 Renato Russo Ainda Vive

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pc Siqueira vs Legião Urbana

   

        Alguns dias atrás PC Siqueira falou em um dos seus vídeos,que ninguém merece Legião urbana,que  não suportava que as pessoas que tocam,sempre gostam de tocar Faroeste caboclo,que achava insuportável isso,''disse que ninguém mais aguentar escutar faroeste,mais canta apenas pra mostrar que sabe''.
o vídeo:


              A verdade PC sabe por que as pessoas gostam de  legião urbana?Pois o Renato   Russo tem a capacidade de  escrever numa linguagem que todos conseguem entender,fazendo a música ser universal, e além disso fala de quase todos temas que a população em geral passa,fazendo sua música ser algo que parece ser dito para você,Logo,tornado algo bem profundo,pois a legião tem músicas de todas as fases,como sofrimento por amor como '' Vento no litoral '', e também música motivação como ''Quando sol bater na janela do teu quarto'' que fala que sempre temos uma chance,que tudo pode ser superado,além de outros assunto,tornado sua música uma ferramenta que as pessoas usam para tentar se sentir melhor,quase um psicólogo,pois consegue fazer algo que muitos psicólogos não tem a capacidade de fazer,faz as pessoas se sentirem melhor,pois sempre quando me sinto triste e ouço’’Tempo perdido’’,que  é uma verdadeira poesia que faz a tristeza sejam algo passageiro,depois de pouco tempo já me encontro melhor,Logo por tudo isso PC,que as pessoas gostam de Renato Russo,pois tenho certeza que daqui a milhares de anos o grande Renato Russo sempre será lembrando,pois é um poeta dos altos,um poeta dos Anjos.

                  Tempo Perdido,verdadeiro hino da juventude brasileira


Renato Russo Ainda Vive














Renato Russo ainda Vive

sábado, 25 de junho de 2011

Homem do Futuro com música Tempo Perdido

        O filme Homem do Futuro é a grande aposta da Conspiração Filmes para 2011. Em "O Homem do Futuro", Wagner Moura e Alinne Moraes interpretam um casal de namorados da época da faculdade. O personagem de Wagner Moura, Zero, é um cientista que vai voltar ao passado para tentar reconquistar a personagem de Alinne.

       Como divulgação para o longa-metragem de Cláudio Torres, Wagner Moura e Alinne Moraes cantaram a música "Tempo Perdido", do Legião Urbana (veja abaixo vídeo com os atores cantando). A comédia romântica ainda tem no elenco Gabriel Braga Nunes, Gregorio Duvivier e Maria Luiza Mendonça. OsPaparazzi destaca abaixo uma galeria de fotos do filme "O Homem do Futuro", que estreia nos cinemas no dia 2 de setembro.
     Isso mostra que a legião Urbana ainda vive,mostrando como ainda é forte ,pois sabemos que boas músicas sempre viveram,pois diferente de músicas plásticos que fazem sucesso pelo curto periodo,depois são esquecidas.
Renato Russo ainda vive

domingo, 3 de abril de 2011

Filmagens do longa Faroeste caboclo começam no dia 10 de abril

Na base da produção de Faroeste caboclo, tudo é pensado e feito para retratar os contrastes sociais da época em que Renato Russo escreveu a canção-hino. O filme será ambientado na cena rock do fim dos anos 1970 e início dos 1980, como nos forrós e soul music que agitavam a periferia e as cidades satélites. O foco, como na música, será a história de amor de João do Santo Cristo e Maria Lúcia.

O bandido que se apaixona e tenta largar o crime por amor a uma menina forte, mas pura e sonhadora, será vivido pelo ator Fabrício Boliveira, o Cavanha de 400 contra 1. Como os outros dois protagonistas, o baiano de 28 anos nunca havia visitado Brasília. Por isso, desde segunda-feira, ele e os colegas que incorporarão Maria Lúcia (Ísis Valverde) e Jeremias (Felipe Adib) fazem uma imersão na cultura candanga.

Junto, o trio visitou monumentos e esteve até na chácara onde foi a realizada a Rockonha, em Sobradinho. O organizador da festa eternizada na canção ainda mora na propriedade.

Agora, cada um dos protagonistas de Faroeste caboclo tem feito sua pesquisa de campo sozinho. “Vou pegar um ônibus e ir até o Entorno, circular por lá. Quero conhecer os sotaques, o modo, a vida do povo”, conta Fabrício. Já a mineira do interior Ísis Valverde, 24 anos, está à procura de festas embaladas por rock. “Procuro baladas inspiradas nas festinhas comuns dos anos 1980 em Brasília”, revela a mais famosa artista do projeto, por causa das suas participações em novelas globais.

Felipe, por sua vez, quer se infiltrar no mundo dos playboys brasilienses. “Creio que o Jeremias era um traficante de classe média, pois andava com os filhos dos poderosos, fornecia a droga para essa galera”, comenta o rapaz de 28 anos, nascido no Rio de Janeiro, onde hoje tem residência fixa.

À frente do elenco está Sergio Penna, diretor teatral com sólida carreira como preparador de atores para cinema e televisão desde o filme Bicho de sete cabeças. “Muito mais que vivenciar a época do filme, meu papel é embutir no ator a realidade dos personagens”, observa.

Falta verbaO dinheiro para toda essa produção e locações no DF e Entorno está garantido com os R$ 3 milhões captados nos últimos três anos. Desse montante, R$ 700 mil saíram do Fundo de Amparo à Cultura (FAC), do GDF. “O restante, deverá vir de outro fundo, de Paulínia (SP), onde deveremos rodar boa parte do filme, principalmente as cenas de João do Santo Cristo em sua infância e adolescência na Bahia”, conta a produtora Bianca De Felippes.
Produção
Tão aguardado, filme Faroeste Caboclo começa a ser rodado daqui a duas semanas. Ruas, casas e monumentos do Distrito Federal e Entorno serão tomados por atores, produtores, técnicos e toda a parafernália que envolve um longa-metragem. O trabalho levará ao menos dois meses. Se tudo ocorrer conforme o planejado, a saga de João do Santo Cristo, que deixa Salvador em busca de uma vida melhor e acaba em Brasília, deve ganhar as telas de cinema em outubro.

Antes do início das filmagens, grande parte das 80 pessoas envolvidas na obra já na trabalham dia e noite na pré-produção. Elas desembarcaram na capital federal há um mês e meio. Desde então, têm percorrido as cidades do DF e Entorno para estudar os pontos de locações, os costumes dos moradores da região e pesquisar objetos de época. Tudo para resgatar a Brasília do fim dos anos 1970, onde e quando Renato Russo escreveu a música Faroeste Caboclo, agora adaptada para o cinema.
Para a fase final da gestação do longa-metragem, os produtores montaram uma base na 609 Norte, numa das unidades do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb). Eles ocupam quatro amplas salas do subsolo da faculdade. Cada cômodo é destinado a uma etapa da produção. Há espaço para ensaios dos atores, testes de figurinos, pesquisas para cenários, entre outros. Tudo muito organizado para rodar e finalizar o filme.

Com o intuito de não deixar técnicos, atores e todos os outros profissionais perdidos, cada fase da filmagem está escrita em quadros fixados nas paredes. Eles também servem para as fotografias e desenhos dos cenários, roupas, mobílias e todos os objetos que serão usados nas cenas. Entre eles está a clássica Winchester 22, escolhida por João para enfrentar o Jeremias. “Como se trata de um personagem, a arma do filme será especial, banhada a ouro”, revela a produtora Bianca De Felippes.

Reconstituição
Esse e outros segredos do longa o Correio descobriu na primeira visita de uma equipe de reportagem ao quartel-general da produção. Uma simples casa na área rural será transformada na residência de Pablo, o primo traficante de João do Santo Cristo, por exemplo. Os donos do imóvel se mudarão para um hotel nos dias da filmagem. Já cenas da Ceilândia dos anos 1970 serão rodadas em ruas de terra de um bairro do Entorno. O Lote 14, onde ocorre o duelo final entre os protagonistas será uma pequena cidade cenográfica.

Todo esse trabalho une nomes experientes do cinema nacional com novatos. Enquanto Bianca De Felippes tem no currículo filmes como Carlota Joaquina, que marcou a nova fase do cinema nacional, o diretor René Sampaio faz sua estreia à frente de um longa-metragem. “Vamos tentar ser muito fiel à história da música, mas não estamos fazendo um documentário, até porque a letra do Renato (Russo) deixa grande margem para criação”, comenta René, brasiliense que, como fã incondicional da Legião Urbana, sempre sonhou em levar para a tela grande a canção do ídolo.

No projeto de René, também há gente ainda mais inexperiente nesse universo, mas trabalha com afinco na produção do filme. São alunos do curso de cinema do Iesb, como Natália Gloss, 25 anos, que abraça a oportunidade. “Quando fazemos um curta na faculdade, tudo é tão pequeno diante do que tenho vivido aqui”, observa a jovem, que faz estágio como assistente de arte em Faroeste Caboclo.

segunda-feira, 21 de março de 2011

ISTOÉ Gente 2007

As marcas de Renato Rocha
Ex-baixista da Legião Urbana, Renato Rocha vive em lugarejo nas imediações do Rio, guarda mágoas da banda e volta ao show-biz depois de 11 anos
A poucos quilômetros dos arranha-céus da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, o músico Renato Rocha, 49 anos, leva uma vida pacata numa casa velha de frente para o mar de Barra de Guaratiba. É num pedaço de paraíso que há dois anos ele vive com a mulher, Rafaela, 25 anos, e os dois filhos, Vitória, de três anos, e Renato, de três meses. Num vilarejo onde falta luz constantemente, Renato passa os dias se aventurando em cima de sua bicicleta. Em casa, não há tevê. O único elo com o mundo é um celular de cartão. Diferentemente dos tempos de baixista da Legião Urbana, quando varava noites em festas regadas a drogas e álcool. Daqueles anos, restou o rock’n’roll de Woodstock, cujo disco Rocha escuta cinco vezes ao dia. O hábito fez da filha fã de Janis Joplin.

Quinta-feira 15, Rocha levou Gente até o lugar onde se inspira, depois de uma caminhada de 200 metros mata adentro. Sobre pedras, a 50 metros do mar, o músico escreve letras de músicas para a banda Cartilage, que marcará seu retorno ao showbiz, depois de um exílio de 11 anos. Desde que o líder da Legião Urbana, Renato Russo, o demitiu por constantes atrasos, Rocha não tocou mais. Mudou-se para Curitiba e, três anos depois, para a Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Há dois anos, voltou a morar no Rio, com a quinta mulher, Rafaela, mãe de seus dois filhos.


Nesse tempo, se manteve só com royalties dos três discos que
gravou com a Legião entre 1984 e 1989. São cerca de R$ 1.800 mensais. De volta ao Rio e sem lugar para morar, Rocha e a família ficaram acampados. Ele pediu a Dado Villa-Lobos, ex-companheiro da Legião, R$ 200 emprestados. “Foi a primeira vez que o procurei depois que saí da banda. Estava desesperado.”

Dinheiro só não lhe fez falta nos tempos de baixista. Nascido em São Cristóvão, zona norte do Rio, Rocha se mudou aos 9 anos com os pais e quatro irmãos para Brasília. O pai, sargento do Exército, e a mãe, professora, eram religiosos e só deixavam os filhos ouvir música clássica e gospel. Aos 12 anos, Rocha virou punk. Depois de tocar em bandas de rock de Brasília, ingressou na Legião para substituir Renato Russo no baixo. Russo tinha cortado os pulsos e perdera temporariamente os movimentos para tocar. “Foi quando passei a ter conta bancária”, conta. Com os cachês, comprou oito motocicletas, a maioria Harley Davidson.

O músico guarda uma Mercedes 79 comprada no auge, e muitas mágoas da Legião. Segundo ele, Russo “era um chato que vivia em crise”, Bonfá, “um cara muito egoísta” e Dado, “uma pessoa de personalidade fraca”. Dado e Bonfá não quiseram polêmica com o antigo companheiro. Rocha diz que, na época, trocou a vida saudável pelas drogas. Antes, jogava vôlei e tinha sido vice-campeão brasileiro de queda de braço em 1978. “Eu e o Renato Russo só queríamos saber de cheirar cocaína e beber”, diz. Hoje, é bem diferente.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Filme Faroeste Caboclo

Faroeste Caboclo em produção!

Uma das canções de rock mais inusitadas do país,”Faroeste Caboclo”, do inesquecível Renato Russo, ganhará as telas do cinema em 2011!
E para marcar o início desta ousada produção cinematográfica e explorar o rico universo dos 159 versos e 9 minutos de canção, o Yahoo! Brasil em parceria com a Gávea Filmes lança um projeto web colaborativo e inédito no país.
Neste portal, você poderá acompanhar muito mais do que apenas os bastidores, terá acesso a ensaios, entrevistas, matérias investigativas e curiosidades acerca do universo criado por Renato Russo na canção “Faroeste Caboclo”, terá a real oportunidade de fazer parte da construção deste filme através de concursos, enquetes e promoções, e, lógico, saberá em primeira mão as notícias exclusivas da produção, como a que vem a seguir…
Em primeira mão
João de Santo Cristo, Maria Lúcia e Jeremias, personagens centrais da trama de “Faroeste Caboclo” agora têm corpo e voz. O primeiro grande desafio desta adaptação cinematográfica foi concluído. Escolhemos o nosso elenco principal.
 Fabrício Boliveira – João de Santo Cristo
soteropolitano, 28 anos, nem peixes, nem ascendente escorpião, o rapaz é touro, com provável ascendente em sagitário, carimbado por passagens no teatro, no cinema e na televisão, marcado pelo reggae e por uma ex-namorada siderada por Renato Russo.
Ísis Valverde – Maria Lúcia
belo-horizontina, 23 anos, duplo aquário, fã de Tim Maia, devotada atriz-revelação da televisão, entusiasmada com sua merecidíssima estreia no cinema e, suspeita de saber de cor a letra da canção “Faroeste Caboclo”.
Felipe Abib – Jeremias
carioca, 28 anos, sagitário ascendente em leão, formado pela Martins Pena e pela UniverCidade, gabaritado com os espetáculos “Pterodátilos”, “Corte Seco” e “Cachorro!” e influenciado por Led Zeppelin, Raul Seixas, Raimundos e, claro, Legião Urbana.

fonte site Yahoo



domingo, 6 de fevereiro de 2011

Por toda Minha Vida Especial Renato Russo


Sinopse: Dramatização baseada em factos reais sobre a vida e carreira de Renato Russo, vocalista da Legião Urbana, uma das maiores bandas de rock do Brasil, que vendeu milhões de discos e arrebatou incontáveis seguidores. Com uma estrutura que compreende depoimentos de familiares e amigos, dramatização e trechos de shows e reportagens, o programa destaca os momentos mais importantes da vida de Renato Manfredini Júnior.
http://rapidshare.com/files/55955058/renatorussoespecial.part1.rar.html
http://rapidshare.com/files/55986908/renatorussoespecial.part2.rar.html
Resolução: 320×240
Tempo total: 1:08:33
Tamanho: 155mb

Força Sempre 

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Istoé Gente Ano 2006 : Entrevista com Dado Villa Lobos

Aos poucos Dado Villa-Lobos vai esvaziando o casarão na Gávea que serviu como local de trabalho por oito anos. Restam alguns móveis e quadros, além de discos de ouro e platina recebidos pela Legião Urbana em 15 anos de estrada. Aos 40 anos, o guitarrista de uma das bandas mais populares de todos os tempos, que marcou a geração de trintões, quer mudar de ares. Vive um momento de renovação e retomada. Às vésperas de completar dez anos da morte do líder Renato Russo – e do conseqüente fim da Legião –, Dado assume o microfone pela primeira vez para se aventurar na carreira solo. Acaba de lançar o CD Jardim de Cactus, dentro da série MTV Apresenta, que também inclui um DVD. Ambos foram gravados ao vivo em um show no ano passado no Rio, com gente como Paula Toller e Herbert Vianna dividindo com ele os vocais. “Não dizem que a vida começa aos 40? Então, acredito nisso”, diz o músico, casado há 20 anos com a designer Fernanda, 46, pai de Nicolau, 17, e Miranda, 16.
Que dificuldades encontrou no caminho solo?
Foram vários percalços e desafios. Primeiro, cantar. Depois, decorar as letras. Demorei uns dois meses para decorar as músicas do disco. Mas a maior dificuldade hoje em dia não é em relação à música, à banda, ao artista. É o que vem depois: promover, vender, voltar ao mercado. Ainda tenho certa credibilidade nesse meio. Talvez fique mais fácil nesse sentido, pois não estou começando do zero. Mas a questão é começar sozinho, não ter mais um grupo ao meu lado, trocando idéias.
Sente falta disso?
É uma experiência nova estar lá na frente cantando uma canção inteira. Quando você está só tocando, nem percebe o resto. Eu não decorava as letras quilométricas da Legião. Agora estou decorando. Tenho colocado músicas da Legião nos meus shows para entreter o público. Com um disco de músicas virgens, você não vai entreter 100% o povo que está esperando outras coisas de você. A Legião deixou um trauma por ter acabado tão trágica e subitamente. As pessoas esperam e pedem que eu cante as músicas da banda.
Fica incomodado?
Não. Aquelas músicas ainda têm uma relevância e uma importância muito grande dentro do universo musical brasileiro. Acho natural que isso aconteça. Monto um espetáculo em que as músicas do disco novo se encaixam com algumas da Legião. É bom cantá-las. Faz parte do meu universo, da minha vida, da minha obra. São músicas que eu fiz e que estão aí para serem executadas.
Sentiu-se pressionado pela força da Legião?
Sou um legionário, não tem jeito. A Legião é a minha vida, não uma sombra que me assombra, pelo contrário. É um colchão onde estou sentado muito confortavelmente, que me ampara e me dá sustentação. E que me deixa livre para fazer músicas que tenham a ver comigo, que traduzam o que sou.
Em algum momento sentiu seu talento ofuscado pelo do Renato?
De jeito nenhum. Cada um ali dependia do outro. É óbvio que o Renato tinha aquela personalidade forte, carismática, mítica, sabia se colocar muito bem em público. Ele era a peça motriz, funcionava como propagadora de todas as idéias. Mas o que existia ali era a Legião. E a Legião era Renato, eu e Bonfá.
Como recebe as críticas ao seu novo trabalho?
Venho de uma banda que era malhada sistematicamente pela crítica. Adquiri o hábito de aceitá-las. Os críticos musicais em geral são bem parciais, às vezes até covardes, quando se referem ao trabalho dos artistas. Os discos são avaliados de forma destrutiva. Não dou
muita importância.
Como explica o sucesso da Legião Urbana ainda hoje?
Quando a gente gravava um disco, pensava: ‘Vamos fazer um disco que fique para sempre no catálogo da gravadora, vendendo para o resto da vida’. Não consigo identificar a fórmula, o porquê desse sucesso, mas foi feito com esse intuito.
Se Renato estivesse vivo, a Legião estaria tocando junto ou vocês já estariam em projetos solos?
Provavelmente a Legião estaria aqui. Mas talvez num ritmo não tão acelerado, mais compassado. O Renato tinha vários planos, e a gente sempre incentivou muito os planos dele – como o disco que ele cantou em inglês e o outro em italiano, a coisa mais subversiva que já vi um artista dito rebelde fazer, uma loucura. Ele sabia muito bem fazer
essas coisas.
Pensaram em continuar sem ele?
Nunca. A Legião era o trio. A gente assinava contrato com a gravadora em separado e tinha uma cláusula que dizia que somente quando os três se juntassem é que se caracterizava a Legião.
É difícil administrar o legado da Legião Urbana?
É um fardo administrar esse legado, em função da questão judicial. A família do Renato assumiu uma postura diferente da filosofia e do comportamento que a Legião Urbana adotava. Sempre buscamos nos preservar ao máximo, preservar o repertório. Para isso, tínhamos a nossa editora, a Corações Perfeitos. A família tirou o Renato dessa sociedade, fundou outra editora e levou parte da obra. Essa divisão, a forma como eles vêem e administram esse legado é uma pedra que tem que ser tirada do caminho.
O que pretendem fazer?
Ainda há uma discussão em termos jurídicos sobre como isso deve ser administrado. A minha posição e a do Bonfá continua sendo a de nos preservar e não autorizar nada em relação ao repertório da Legião, do qual somos co-autores. Não queremos canibalizar e transformar aqueles discos em 50 compilações. A família vê essa questão de maneira diferente, mas o legado artístico é meu e do Bonfá. Se alguém tem ingerência artística sobre esse repertório, do que será feito em relação à Legião Urbana, somos nós dois. Nós temos o poder de decisão.
Que relacionamento tinham com a família antes da morte
do Renato?

Eles moravam em Brasília, a gente não se via muito. Nem o Renato os via muito. Não havia proximidade. Hoje, menos ainda. Não conversamos cara a cara. Existe uma barreira estranha e intransponível, a dos advogados. Eles indicaram uma pessoa para substituir artisticamente o Renato, que é o senhor Marcelo Fróes, sobre cuja idoneidade e capacidade de exercer tal função eu tenho minhas dúvidas.
Já superou a perda do Renato ou escutar a voz dele ainda dói?
Foi duro perder um grande amigo, um parceiro, um companheiro, quase o meu guia, a pessoa que foi determinante para mim, para o Bonfá, para nossa formação. Um pedaço de você vai embora. Mexe com a emoção relembrar, reviver tudo de novo, ver como o Renato era especial. Mas não é dolorido. Quando ouço Legião no rádio, aumento o volume. Não existe mais dor. Só ficaram boas lembranças.
Entrou em crise com os 40?
Quando fiz 29, o Renato falou: “É o retorno de Saturno. Você vai ver o que vai acontecer” (é quando Saturno completa seu ciclo e deflagra uma fase de mudanças e transformações). Aquelas coisas de astrologia que ele tinha. Tento buscar a felicidade com o tempo. Me sinto bem. Hoje em dia, as pessoas acham que sou irmão dos meus filhos, tenho cara de garoto. Fico envaidecido. Fazer 40 anos foi ótimo.
É vaidoso?
Não vou morrer de vaidade, mas me comporto bem. Como descobri que era diabético há quase 30 anos (mostra uma tatuagem no braço direito onde se lê Eduardo Villa-Lobos, diabético, A positivo), entrei numa certa disciplina em relação a horários, alimentação e prática de esportes. Jogo futebol, tênis, ando de bicicleta, a cavalo, velejo. Sou viciado
em endorfina.
A histeria dos fãs é a mesma?
Não sei... (envergonhado). Na época da Legião, rolava uma certa histeria – constrangedora às vezes. Mas nunca tive esse ímpeto de sair para comer geral, passar o rodo. Lembro que, no começo, em Brasília, um cara me disse: “Entrou na Legião, vai comer muita mulher”. Respondi: “Por quê? Qual a diferença de estar ou não estar na banda para isso acontecer?” Nunca relacionei uma coisa com a outra.
Não é mais fácil seduzir as mulheres no palco, de guitarra
na mão?

Mas nunca tirei vantagem disso. Sempre fugi. Estou casado há 20 anos, me casei com 19. Preservei isso durante muito tempo e continuo preservando com unhas e dentes.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Quiz-Que Canção da Legião Urbana é voce?

Legião Urbana,tinha algo diferente das outras bandas,pois existia o público via nas letras de Renato Russo um exposição de seus próprios problemas,então trouxe um Quiz que Música mais é sua cara . 
Esse é o link do Quiz
                

sábado, 15 de janeiro de 2011

Aborto Elétrico


            Anos 70 surgimento das bandas punk: como Ramones,Sex Pitols,  The Crash e entre outras  que pregavam um novo estilo de   vida ,de fazer música,o seu ideal era ''Faça você mesmo,mesmo que  você não saiba direito'',influenciado por esse ideal ocorre o  surgimento da 1 banda punk de Brasília eram o Aborto  Elétrico:Renato Russo vocal e baixo,André  Pretorius  na guitarra  porém este foi convocando a prestar serviço militar em seu país de origem,então a guitarra passou pro Renato Russo,e o baixo passou a ser tocando por Flávio lemos que era  irmão do baterista Fe lemos,   suas músicas mostravam a realidade de um país que sofria com  Ditadura,com a corrupção,algumas músicas que anos depois virariam um Hinos foram  feitas nessa época como Faroeste Caboclo que mostrava a trajetória de um nordestino que foi a Capital em busca de uma melhor condição,porém não conseguindo um trabalho digno,este não vendo outra opção deve que entra no crime,uma outra música e Que País é este? Retrata um país que a maior parte da população vive em péssimas condições de vida,sem acesso a uma educação digna,pois ainda hoje  cerca de 18% do jovens que começam o ensino fundamental  não terminam,a média mundial e de apenas 2,5%,e sem tem acesso um saúde digna,pois milhares de pessoas morrem em filas de hospitais públicos todos os dias,só  para titulo de informação Renato Russo só gravou Que País é este ? no 3 disco da  legião Urbana,pois ele acreditava que essas músicas ficassem démodé,mais sinceramente eu acho que essas músicas como Geração Coca cola ,Perfeição e Que País é este ? e entre outras músicas que falam da situação do país nunca vão ficar fora de moda,pois mesmo com as melhoras que país teve nos últimos anos,ainda sofremos com uma intensa desigualdade social ,um outra música que posteriormente seria gravada pelo Capital inicial é Fátima,fala sobre fanatismo religioso,pois existem pessoas que pensam que por estar em uma determinada religião vão ser salvar,mais as pessoas se salvam são por suas ações .
     Em 1982 em show Renato Russo chega atrasado,pois aquele dia era aniversário da morte do grande compositor John Lennon,então no meio da música Veraneio Vascaína ,o Renato erra a letra o Fe lemos já chateando pelo atraso,joga a baqueta no cantor,isso marca o fim do aborto elétrico ,dessa banda surgiu Legião Urbana e o Capital Inicial.
  Um especial do aborto elétrico feito pelo capital inicial http://www.4shared.com/file/8iui9LwD/Capital_Inicial_-_Aborto_Eletr.htm?aff=7637829

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Entrevista Bizz, edição 78, janeiro de 1992.

Época do Lançamento do álbum V, a longa jornada do trio, da fábrica de hits até o neoprogressivo.

“Que dia é hoje? Dezoito de outubro? O dólar tá quanto? 670? Esta entrevista vai ser publicada em dezembro? DEUS ME LIVRE do que vai acontecer até lá!!!”

É o Renato Russo que eu conheço. Hoje é treze de novembro e o dólar está a 800 e qualquer coisa (despencou. Mas só depois de ter estourado a barreira dos mil, para gáudio dos alarmistas em geral e dos especuladores em particular). E não aconteceu nada de digno da preocupação de Deus - pelo menos nada do que Ele já não esteja careca de conhecer.

Pô, já faz um mês que eu entrevistei os caras. E só depois de uma longa e tenebrosa primavera é que nos chegou às mãos, hoje, o raio do disco (aliás uma cópia pirata. Não, dona Odeon, não conto como eu consegui). Também é só hoje que parecem, finalmente, estar superadas todas as confusões que Russo & Cia. criaram com os fotógrafos que a BIZZ incumbiu de clicá-los - em geral uma missão prosaica, mas nunca no caso da Legião.

A velha Legião íntegra e frágil. A velha Legião sublime e pentelha. É só por isso que a Legião está na capa de janeiro, e não de dezembro, quando foi lançado o disco... Ou, do meu ponto de vista, quando será lançado, visto que eu estou transcrevendo, em novembro, a entrevista feita em outubro. De volta para o futuro, parte quatro. O dólar tá quanto, leitor?
Entrevistador:Que treta foi essa com a gravadora?

Russo: É que nós negociamos, para o quinto disco, um contrato com total liberdade artística. Nossa relação com o pessoal da Odeon era quase afetiva e, no momento em que resolvemos fazer a coisa sozinhos, pintou um certo ressentimento.
DADO: Eles já tinham pisado na bola. Tentaram lançar uma coletânea pelas nossas costas, a gente vetou... Aí cortamos o cordão umbilical.
Russo: Mas agora já está tudo resolvido... É que nós éramos os "bichinhos mimosos", os enfants gatés da gravadora. Pô, eu estou com 31 anos, um homem casado, com filho.Não é mais aquela coisa (imitando criancinha) de "Oi, tio, e o disco, tio?" Vá falar com os nossos advogados! Se até o Axl Rose já reclamou da Geffen...
Entrevistador:E como é o disco ?
Russo: Ih, tem umas coisas medievais, uns instrumentais. O primeiro lado é uma viagem. Vão dizer assim: "Legião repete fórmula e lança disco progressivo (risos)..."

Entrevistador
: Progressivo?

RUSSO - Ah, eu adoro progressivo! Porque não me faz pensar. É música escapista. Estou ouvindo o Nursery Cryme do Genesis, imagina... Não todo dia, é claro. Mas eu voltei a colocar na vitrola. Na MTV, se você pega o programa certo, tem umas coisas muito boas... eles passam De-Falla! Mas às vezes eu quero ouvir coisas que me acalmem. É todo meu imaginário, é o que eu ouvia quando tinha onze, doze, treze anos...
Entrevistador: Você jogou seus discos progressivos fora? Porque eu, na época da new wave, dispensei e depois tive que comprar de novo.

RUSSO - Não, eu guardo tudo! E tem bandas que eu nem percebia como eram boas... Eu achava Emerson, Lake & Palmer o máximo - hoje eu ouço e sei que é creca, aquilo não é bom de jeito nenhum. Agora, você pega o Lark's Tongues In Aspic ou até o Islands do King Crimson, e tirando aquelas coisas barrocas... Cara, "Ladies Of The Road" é bom pra caralho!
 Nosso disco vai ter uma balada de onze minutos e meio, que se chama... (em tom solene) "Metal Contra As Nuvens"... A gente tentou fazer umas coisas pesadas, mas ficava tão frau... Fizemos isso por preguiça. Poxa, a gente tem que trabalhar no formato LP. E seria muito desagradável repetir o Quatro Estações, que virou um hit singles pack. Até hoje está tocando "Sete Cidades"! Acho que não há uma música daquele disco que não tenha tocado no rádio, umas mais, outras menos... Até "Feedback Song", que é a que menos tocou, foi primeiro lugar na rádio 89 de São Paulo, ou coisa parecida. Aí como é que fica? A gente vai ser obrigado a fazer quantos hits, já que o último tinha nove...
 Entrevistador : E as outras faixas?
RUSSO - O lado A começa com um texto em português arcaico, escrito em 1200. É a antítese do Quatro Estações, aquela coisa de que o amor-vai-salvar-todo-mundo... De repente este disco abre falando assim... "Pois nasci nunca vi amor/E ouço dele sempre falar". É assim. Nunca vi. Não existe. Acabou. Aí vem aqueles onze minutos daquela coisa superlenta... Fala de coisas de hoje em dia, mas de um ponto de vista meio medieval: "Não sou escravo de ninguém/Ninguém senhor do meu domínio..." Depois tem um instrumental chamado "Ordem Dos Templários", e mais oito minutos de "Montanha Mágica", que é uma música sobre heroína... Esse é o primeiro lado. Do outro é que está a realidade, as canções mais normais. Acho que é um disco bom para namorar, para fumar um...
Entrevistador: É uma espécie de Low do David Bowie ao contrário, com o lado "difícil" na frente...
RUSSO - Mas não deixa de ser Legião. A gente sempre é meio brega. No primeiro disco a gente ainda tinha uma certa virulência. Agora, em vez de ficar reclamando, a gente faz uma música totalmente linda (cantarolando), "parararará, o mundo está uma merda.
Entrevistador: E as letras?
RUSSO - É um disco de transição...
BONFÁ - Claro que é de transição. A gente grava só de dois em dois anos, todos os nossos discos são de transição...
RUSSO - É de transição porque eu comecei a fazer análise. Não tenho mais aquele angst de jogar tudo nas letras. Sei lá. É a primeira vez que eu tenho certeza de que as letras são boas, mas eu não sei se gosto. Antes eu gostava, mas não sabia se estava bom...
Entrevistador: A Legião perdeu o ímpeto juvenil?
RUSSO - Não, no disco tem uma letra que diz "o mundo começa agora/Só agora que começamos"... É claro que quando eu tiver 40 anos vou dar outra desculpa. O nosso amigo Mick (Jagger) dizia: "Como é que eu vou cantar 'Satisfaction' quando eu tiver X anos?" E hoje o cara está com X mais 14 e tá lá, cantando "Satisfaction"... A verdade é que a gente ainda nem sabe tocar direito.Hoje é o Dia do Médico, e o Dado taí perguntando quando é o Dia do Músico Estagiário...
DADO - O Dia do Músico Estagiário é de noite...
RUSSO - O maior trabalho que esse disco deu foi para fazer a coisa o mais simples possível. Eu adorei escrever coisas como "Acrylic On Canvas", mas neste disco eu quis ser bem mais simples... A gente tem até público infantil... Eu já tenho trauma de ter falado coisas sérias demais.
No pop e no rock não adianta você ser panfletário. Eu não vou fazer o equivalente sonoro das fotos do Robert Mapplethorpe... Se eu falar do que está rolando, da miséria, da angústia, eu terei que falar disso duma maneira que não agrida, porque já existe muita, muita, muita agressão. Se a gente não tivesse tanta responsabilidade... Isso é uma coisa paradoxal e controvertida, as pessoas podem até me entender mal... Mas se nós não tivéssemos responsabilidade, com certeza estaríamos fazendo outras coisas.
 Entrevistador: Mas isso parece um marketing anti-Legião!
 RUSSO - Cara, a gente está num país em que as pessoas não têm educação! Na época do Quatro Estações a gente ainda fazia a coisa perigosamente. Aquilo é o disco de um cara descrente. A gente não vai esquecer "Que País É Este", que era uma música adolescente boba e quase fode com a gente! Ou daquele show em Brasília, vendo a garotada se matando.
Entrevistador: ... É melhor não chutar o pau da barraca?
RUSSO - Eu tenho um filho pequeno, que está aprendendo a falar agora. Se eu quiser escrever sobre heroína, vou fazer de jeito que, quando meu filho ouvir a música, não fique chocado.
Entrevistador: A Legião já foi considerada porta-voz de uma geração...
DADO - Tem uma dose de mitificação nisso.
RUSSO - Aquela coisa do Herbert (Viana) dizer que a Legião não é música... A gente é o que?!
DADO - ...É religião...
RUSSO - No momento em que a gente não é tratado como igual nem por nossos pares, eu me sinto colocado contra a parede. Legião nem é tão bom nem tão especial. Claro que tem coisas bacanas, mas também tem muita coisa que não presta... Só que tem uma certa empatia. Como eu faço as letras sempre em primeira pessoa, há uma identidade, paradoxal, entre a música e o ouvinte... "Poxa, esse cara tá falando da minha vida!"
Já teve um cara que até quis me bater! Eu estava andando no Shopping da Gávea, chega esse cara e diz: "Você não tinha o direito de escrever 'Ainda É Cedo' sobre a minha história, de ficar espalhando isso para as pessoas! Como é que você sabia de tudo?", e me olhando, com aquela cara de psicótico... Pô, cara, eu estava falando de mim! Eu sempre gostei de Bob Dylan, desse tipo de compositor que mesmo quando está falando do social, do que quer que seja, passa isso por um prisma psicológico-afetivo-emocional-íntimo, sei lá... Mas qual era a pergunta mesmo (risos)
 Entrevistador:A Legião se sente parte dessa geração que está sendo detonada pela crítica por tentar mudar de registro? Tipo os Titãs, tentando fazer rock mais pesado, ou os Paralamas, cada vez mais românticos?
RUSSO - Eu acho que esse disco dos Titãs é o disco mais Titãs deles. O dos Paralamas é o mais Paralamas. E o nosso é o mais Legião... O que era açucarado, agora é sacarina pura... O Metallica sim é que deu uma diluída!
Entrevistador: E as comparações entre a Legião e os Engenheiros?
RUSSO - Não estou muito em posição de falar de nenhuma banda, porque a coisa fica rebatendo durante meses. Numa entrevista, uma única vez na minha vida, falei alguma coisa dos Uns E Outros, que eu achava eles parecidos com a gente, e também reclamei um pouquinho do Capital, porque eles estavam dando no saco, pegando música antiga minha e gravando - e olha que eu sou amigo dos caras e tudo. Isso ficou rolando meses, era só abrir a revista... Eu li a entrevista do Humberto (Gessinger) na BIZZ, e achei que o que o cara falou tinha a ver, eu queria ter falado algumas coisas daquelas...
Lá fora esse tipo de coisa não existe porque para cada banda tem mais trinta iguais! Só banda-de-franjinha deve ter umas cinquenta! Eu não sei qual é a diferença entre Charlatans e Inspiral Carpets e Ride e não sei mais o que... Que importa se é o Humberto ou o Russo quem escreve melhor? Que bobagem, eu faço música para ganhar dinheiro! Não foi o Humberto que disse que todos nós somos umas putanas? Eu tenho aluguel para pagar. Tenho 31 anos, já passei da fase de morrer de overdose... Todos eles morreram com 27... Eu agora tenho mais é que virar Rod Stewart...
Entrevistador:Calma lá!
RUSSO - Não estou dizendo que eu sou falso. Eu acredito no que eu canto. O que acabou foi essa coisa do Russo poeta romântico. Que nada, é só letra de música - e ainda por cima eles roubam toda a grana da gente! Tivemos que montar uma editora para cuidar dessas coisas... Será que não existe nada mais importante na vida que letra de rock'n'roll?
Entrevistador: Para a molecada idealista, provavelmente não.
RUSSO - Eu estou sendo diplomático. Claro, tem coisas de que realmente eu não gosto. Por exemplo, todo munda adora o Lenny Kravitz, e eu acho o Lenny Kravitz um fake de marca maior. Não gostava dos Guns N'Roses, ficava puto com as coisas que o Axl falava...Hoje em dia até respeito o cara: ele pensa realamente desse jeito, e está tendo que assumir a responsabilidade pelo que diz. Nada é impune. Até comprei um disco do Guns... Só não fico ouvindo porque acho que vai ser um desserviço enorme para o rock'n'roll. Toda a garotada que está vindo agora vai achar que foram eles que inventaram todos aqueles riffs... Na verdade eles chupam os caras que chupavam dos Stones, que já tinham chupado de alguém antes...
Dado :Tem que ter discernimento pessoal, subjetivo. Eu adoro Cowboy Junkies, é maravilhoso. É diferente de, sei lá, Divinyls... É tudo pop, mas dá para discernir. É tudo putana, mas tem as da rua Major Sertório e as da madame Claudette.
RUSSO - O que me irrita um pouco é que não tem jeito de a gente falar do nosso trabalho sem citar outros. Eu vim para cá e já sabia: vão me perguntar dos Titãs, dos Engenheiros... Será que não dá para falar do nosso trabalho?
Entrevistador: É porque vocês se recusam a mostrar o disco... (Confusão. Bonfá quer mostrar algumas pré-mixagens no toca-fitas do carro. Depois acabaríamos no estúdio onde o disco estava sendo mixado, patra ouvir duas músicas... mas ambas do lado B).
Entrevistador:Você, que gravou em português arcaico, acha que quem está escrevendo em inglês está prestando também um desserviço para a língua portuguesa?
RUSSO - Que língua portuguesa? Cadê nossas escolas? A língua portuguesa é muito bonita, mas é difícil. Dá muito menos trabalho escrever em inglês, que tem certos fonemas, e a divisão das sílabas... quando há sílabas! Porque o inglês é uma língua virtualmente monossilábica... Sério, é melhor fazer música em inglês do que uma música em português que diz "mulher é tudo vaca". Aí é o meu limite. Isso não dá.
Entrevistador: Você a favor da censura?
RUSSO - Censura não, nunca. Tudo bem, alguém fez, tem o direito de se expressar. Mas "mulher é tudo vaca" é o cúmulo...
DADO - A gente tinha umas coisas em inglês neste disco, mas acabaram não entrando...
RUSSO - É, eram três músicas em inglês. Não entraram de propósito. E olha que eu adoro cantar em inglês. Meu inglês é legal, "Feedback Song" eu escrevi em inglês porque era uma coisa pesada, sobre a Aids... Mas talvez também tenha sido vislumbre disso, de quem sabe tocar lá fora, como o Sepultura...
Que eu aliás considero, humildemente, a maior banda nacional hoje em dia. Em termos de tudo. Eu nem entendo muito de metal, mas respeito o espaço que eles conseguiram, fazendo o que querem... Pode esquecer o tal triunvirato Titãs-Paralamas-Engenheiros... Tem um trocadilho com o heavy metal no refrão de "Metal Contra As Nuvens" que é assim: "Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão/Eu sou metal, e eu sou ouro em seu brasão"...
Entrevistador: Se você me permite uma comparação escrota, pensando no show do Pacaembu, acho que o Sepultura é mais herdeiro da Legião do que os Engenheiros...
DADO - (Entusiasmado) Totalmente verdadeiro!
RUSSO - É, a postura é parecida, só a música é diferente. "Dead Embryonic Cells", aquele clip é um escândalo! E eles são bonitinhos (risos)... Isso no rock conta! Você quer um bando de trolhas lá em cima (risos)? Eu, pelo menos, as fãs dizem assim (imitando tiete): "O mais bonito é o Dado, o Bonfá também é lindo. Mas o Renato é o mais inteligente"... deixa elas pensarem...
DADO - A beleza é inversamente proporcional à inteligência..
Entrevistador:Isso é ofensa ou elogio (gargalhadas)?
RUSSO - Tudo bem. Vocês são bonitos e inteligentes (risos)... A imagem é importante. É que nem o Donny dos New Kids. Ele tinha que ser alguma coisa, já que é o mais feioso. Então ele tem que ser o rebelde, o que fala as coisas.
Entrevistador: Te preocupa não ser bonito?
RUSSO - Só na hora de tirar fotos... (Valeu o aviso, grandessíssimo filho da mãe!)
Entrevistador: Mas eu já ouvi fã dizer que você é o cara mais bonito do mundo...
RUSSO - Poxa, avisa essas pessoas para me darem mole com mais frequência (risos)! Pode chegar e dizer: "Renato, você é um tesão, vamos fazer isso e aquilo (gargalhadas)"...